No passado dia 12 de maio, disputou-se no centro náutico de Montemor-o-Velho a 4ª etapa do Campeonato Nacional de Triatlo que incluiu uma prova aberta, destinada a todos os não federados que desejem iniciar-se na modalidade.
A prova aberta decorreu em regime de super sprint, isto é, curtas distâncias em cada um dos segmentos: 300m de natação, 11500m de ciclismo, 2500m de corrida. Respondendo ao desafio de uma amiga, resolvi participar nesta prova em regime de estafetas, cabendo-me a tarefa de dar ao pedal tão rápido quanto conseguisse.
A manhã da prova estava maravilhosa para a prática de qualquer desporto. As 3 amigas (Júlia Cabete, Ana Messias e Inês Costa) saíram de Coimbra cheias de vontade de se divertir e dar o seu melhor para bater a outra equipa de estafetas que estava inscrita e que, pelo que sabíamos, ia dar boa luta. À chegada percebemos que não íamos ter competidores directos mas nem assim desmoralizámos. Sim, perde mérito a nossa vitória mas a forma como nos debatemos para ser as primeiras a cortar a meta (sim, antes de todos os outros!) foi verdadeiramente estóica.
Começou pelo facto de nos termos atrasado. Quase ficávamos impedidas de participar mas lá convencemos os árbitros e foi cada uma para a sua posição. A Júlia, ex-nadadora da AAC, por medo ao frio e aos peixes da pista de remo, resolveu fazer-se à água com um fato de surf. Estava simplesmente ridícula. Os outros atletas já se encontravam alinhados, dentro de água, à espera que ela chegasse para dar início à prova. E por essa altura ela ainda ia a terminar o pequeno almoço, tal o nosso atraso! Porém, deslizou os 300 metros no seu estilo muito característico e ainda se conseguiu enganar no caminho para as boias de marcação sem contudo perder a liderança. Saiu da água ao mesmo tempo que o primeiro atleta masculino e passou-me o testemunho. Corri para a minha bicicleta e comecei a dar tudo, mas sem aquecimento. Claro que ao fim de 500m já me doía tudo. A única motivação era ir, pela primeira vez, atrás da mota da polícia. Ouvir as sirenes da mota a abrir caminho para eu passar deu umas ganas que me fizeram dar a primeira volta do circuito de 5750m em 9 minutos, o que para mim é um muito bom tempo! Na segunda volta acabei por perder mais um minuto, ainda assim mantendo a grande vantagem para qualquer outro atleta. Testemunho passado e a Inês, uma papa léguas sem igual, desata a correr para terminar os 2500 metros de atletismo tão rápido quanto possível apesar de andar há bastante tempo com a unha do martelão com bastantes problemas. E ela foi e voltou e cortou a meta mais de 2 minutos antes do primeiro triatleta masculino e com 10 minutos para a primeira triatleta feminina! O speaker da prova não se cansava de ressaltar o facto de sermos uma equipa totalmente feminina e de termos inaugurado a meta naquela manhã de domingo. E esse foi o nosso grande mérito!
Resultado final: Apesar de o grau de dificuldade da prova, principalmente em estafetas, ter sido baixo, demos o nosso melhor e terminámos a prova aos 39 minutos. Considero esta primeira experiência fenomenal, tendo criado uma enorme vontade de competir nestas provas em regime individual. Mais, esta primeira participação foi presenteada com a primeira taça de triatlo do CDC. Primeira de muitas, assim aceitem os CDCs o desafio!
Relato escrito pela atleta Ana Messias