Esta prova desenrolou-se no Fundão que pela diversidade natural tem trilhos e paisagens deslumbrantes.
A prova disputou-se no sábado e domingo. Em duplas e a solo. A 1ª etapa com 72,50km e 2250m D+.
A dupla Vítor Lopes e Carlos Teixeira assim como o Pedro Rocha, alinharam numa prova muito bem organizada e com uma gigantesca logística.
Os atletas saíram de Cantanhede pelas 7h30 de sábado pois o ínicio da 1ª etapa estava agendado para as 11h.
Com 2h de viagem e um pequeno almoço atlético, levantamento de dorsais, era altura de equipar, entregar o saco com a muda de roupa para o banho, porque a etapa finalizava na Barroca, uma aldeia a cerca de 30 km do Fundão.
11h e dava-se o início da prova, com saídas através de handicap, ou seja, saídas controladas por faixas etárias e por sexos, com diferenças de 1m.
A dupla Vítor Lopes/Carlos Teixeira saíra no 2º grupo e o Pedro Rocha saiu no último grupo.
O dia prometia uma etapa difícil, pois a natureza da região do Fundão a isso convida.
As dificuldades iniciaram-se ao km10, sendo que o sobe e desce era constante, por entre trilhos fantásticos, aldeias perdidas num vasto colorido primaveril, com a Torre da Serra da estrela sempre à espreita e ainda pintada de branco.
O ritmo imposto pela dupla Vitor Lopes/Carlos Teixeira era moderado, pois a 2ª etapa também seria difícil e era necessário equilibrar a dose de esforço.
As aldeias de Xisto eram os pontos turísticos do fim de semana. É de uma beleza sublime as transformações que se fazem mantendo a tradição das aldeias.
Os quilómetros iam sendo ultrapassados e as dificuldades eram cada vez maiores. As duas últimas subidas aos 50 e 60 km, colocavam à prova a resistência física dos atletas, subidas íngremes com o terreno bastante irregular. Antes de se iniciar a 1ª destas subidas, na Aldeia de Xisto de Sobral de São Miguel, havia um abastecimento que surgia em boa altura.
Após estes difíceis km´s, surgiam as minas da panasqueiras, onde se serpenteava por uns excelentes single track´s até à Barroca do Zêzere, local onde finalizava a 1ª etapa, uma bela aldeia de Xisto.
Alongamentos, lavagem de bicicletas e aguardava-se pelo autocarro que levaria os atletas à aldeia de Silvares para um merecido banho.
Depois de um excelente trabalho por parte da organização de logística, num corre-corre de autocarros, o jantar é servido num salão/pavilhão da Barroca do Zêzere. Umas saladas de grão com bacalhau desfiado, feijão frade e uma massa à bolonhesa.
Finalmente mais uma viagem de autocarro até ao Fundão, onde pernoitariam nas camaratas da Gardunha Viva, uma associação de montanhismo do Fundão.
Com o despertador a tocar por volta das 6h, os atletas que pernoitaram no Gardunha Viva, iniciaram os preparativos do pequeno almoço, dos equipamentos e da arrumação dos sacos da roupa.
Esperava-os uma viagem de autocarro, de novo até à Barroca ode se iniciaria a 2ª etapa desta prova, com 68 km e 2000m D+.
Por volta das 8h30, dava-se início à 2ª etapa com uma temperatura amena. Logo após o arranque e na primeira das várias pontes que ao longo da etapa nos fizeram atravessar o rio Zêzere o Carlos Teixeira tinha uma queda, felizmente sem consequências de maior, apenas umas mazelas num joelho que iriam precisar de alguns cuidados no fim.
Os primeiros 25 km eram feitos na GRZ (grande rota do Zêzere), single´s track e caminhos junto ao Rio Zêzere, acompanhados de uma beleza impar e do som das múltiplas quedas de água ao longo do leito do rio.
De seguida, surgiria a grande dificuldade do dia, seriam cerca de 20 km de uma subida constante por caminhos de xisto onde a progressão se tornava difícil, quer pelos relevos naturais quer pelo cansaço acumulado de dois dias de prova.
Chegados ao topo, nada estava conseguido, embora a bom ritmo, a descida seria muito difícil quer para os atletas quer para as máquinas. Muita pedra nos singles da descida, trilharam um pneu da bicicleta do Carlos. Foram cerca de 45m para mudar o pneu. Entretanto o Pedro Rocha chega-se a estes e assim seguiram durante alguns quilómetros os 3 atletas do CDCamarneira até que a dupla, Carlos Teixeira/Vitor Lopes seguiram em busca da meta.
Embora sem grandes dificuldades, os últimos quilómetros tinham ainda pequenos picos que “partiam” as pernas.
Meta à vista e o objectivo de fim de semana estava concretizado.
Foram 2 dias de pura diversão e grande companheirismo num ambiente de competição e de lazer.
Por fim e não menos importante, a dupla Vitor Lopes/Carlos Teixeira fizeram um 11º lugar e o Pedro Rocha um 16º lugar a solo.
Ao Btt Gardunha os parabéns pela excelente organização, com a certeza que se para o ano houver nova edição o CDCamarneira estará presente.
Aos atletas presentes, foram enormes na superação de mais um desafio. PARABÉNS.
Rescaldo escrito pelo atleta Vitor Lopes
